Ciclofaixa Temporária diante da pandemia do novo coronavírus. Curitiba – PR

A ciclofaixa temporária visa dar opções seguras para as pessoas usarem a bicicleta como meio de transporte durante a pandemia de covid-19. O conceito é ajudar o transporte coletivo diminuindo as aglomerações nos terminais.

O ponto de vista técnico da gestão 2017-2020 da Prefeitura de Curitiba é equivocado quando envolve o ciclista. A prova disso é a ciclofaixa temporária em torno do Mercado Municipal inaugurada dia 06/06/2020.

Como estudo e coleta de dados ela é válida, mas o formato atual é equivocado.

O local exige algo permanente até o Viaduto do Capanema e além. Será um desafio solucionar todos os conflitos.

Veja nas fotografias as entradas e saídas de veículos, são cinco locais de alto fluxo que os ciclistas enfrentam diariamente com péssimo asfalto.

É urgente dar continuidade a Via Compartilhada da Av. 7 de Setembro em frente da Rodoferroviária para se conectar com a Av. Affonso Camargo. Sem isso o fluxo de ciclistas dentro da canaleta será cada vez maior.

A região é um importante elo de ligação de diversos caminhos com ciclovias que se desconectam justamente na Rodoferroviária, uma falha antiga que precisa de solução.

Equivoco 1 – Só acontece aos sábados. O fluxo de ciclistas diários é muito maior. Algo permanente deve ser feito para tornar o local seguro.

A canaleta que passa no meio disso tudo é uma das principais rotas de trabalhadores, atletas, estudantes, entusiastas, jovens, idosos até crianças que cruzam a cidade passando ali todos os dias. Na vida real eles existem e são muitos.

Equivoco 2 – Fizeram um circuito quadrado sem visão de ciclo mobilidade ao associar somente o Mercado Municipal como foco de concentração de ciclistas.

Erro – Os cones não seguem até o Viaduto do Capanema. A ciclofaixa temporária acaba na faixa de pedestres da primeira saída de veículos da Rodoferroviária, não existe sinalização informado que ela vira ou acaba. Do outro lado tem a continuação mas não existe conexão correta pois passa por cima da faixa de pedestres, o ciclista deve descer e empurrar a bike nesse ponto.

Isso significa que a intenção da Prefeitura não é criar uma rota segura visando a conexão com as ciclovias já existentes.

Conseqüências da não continuidade dos cones: Os ciclistas que vão no sentido bairro-centro logo após o Viaduto do Capanema pedalam na contramão até o início dos cones. Quem não vai pelo asfalto vai pela calçada, as fotos mostram.

Vale aumentar o perímetro com mais sinalização.

Também é confusa – Não fica claro que ela é bidirecional, os retornos e acessos ao outro lado do circuito não são explícitos.

Será um grande desafio e motivo de orgulho para qualquer gestor que conseguir consertar e conectar as rotas que se cruzam nessa região.

Foto análise: Doug Oliveira.
@cicloativismo

‏‎P.s.: 59 minutos foi o tempo de permanência no local realizando as imagens das 10 horas, 44 minutos e 18 segundos até às 11:45:18 do dia 13/06/2020. Mesmo numa manhã fraca de sábado durante uma quarentena de saúde pública já haviam muitos ciclistas e pedestres. Tente contar todas as origens e destinos, multiplique pelo dia inteiro todos os dias do mês.

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